quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Sutil como um rinoceronte selvagem."

Acho incrível a maneira como as coisas tendem a desmoronar em minha vida.
Acho incrível essa minha capacidade de estar imensamente infeliz do dia pra noite
E de repente, já estar de novo nesse estado de doente euforia.
Acho tantas coisas,que a minha mente se acostumou a organizar-se em diferentes denotações
Para diferentes ocasiões e lugares,
Ou pessoas,
Ou coisas,
Ou sentimentos...
Na verdade: tanto faz.

Assim que eu for capaz de entender o motivo por querer dominar tudo
Vou saber quem eu sou, de fato.
Mas devo lhe confessar que não tenho pressa alguma.

Tenho é essa ânsia de recomeço. De reconhecimento.
Tenho essa carência de mim que não cabe em mim.
Tenho o medo do fim antes da metade... do que nem mesmo começou.
Tenho um rancor insano que não existiria não fosse a minha maior inimiga,
Dona de todas as verdades.
Tenho as ameaças, as irreverências, as confissões...
Mentiras, traições, tenho de tudo o que temo se vindo na minha direção.


adni - 25.11.09

Dezembro

Guardo em meu peito a inquietação do dia de ontem
E vejo, claramente, que nada mais poderia ter sido feito.

Eu então, humildemente percebo que a vida é feita disso
Dessa poeira cósmica que traz as coisas em nossa direção
E logo em seguida, as sopra pra longe.

Se acredito em Felicidade?
Acredito!
Acredito de todo o coração.
Mas não sei exatamente onde ela está.

Agradeço ao meu Deus,
Que não é o mesmo que o seu...
Mas que tem o mesmo sentido...
Por ter te encontrado.

E quero que saiba que eu estarei aqui se precisar.
E se não precisar, também estarei.


... millez

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Outubro Vazio

Vasto mundo, vasto mundo.

Há anos não via um mês tão vazio quanto o último outubro!
Nada de mais acontecera, nada prendeu-me, nada nasceu em mim.
Penso que isso pode ser mais uma de minhas deficiências
Pois, que tipo de eu-lírico possuo se preciso de fatores externos
Para expressar algo que apenas existe em minha alma?

Vou contar algo que me fez querer escrever novamente, hoje, logo pela manhã:

- Acordo eu, atrasada como de praxe... ao som de um belíssimo tiroteio!

Foi bem assim...
Esperei acabarem os rojões letais e saí debaixo da minha cama direto para o serviço.

A gente se esquece que as coisas não acontecem só dentro da televisão as vezes...
Pra mim, especialmente, tudo acaba quando se desliga aquela caixa louca de informações.

As viaturas, os gritos, a fuga, e todo o medo que me rondavam os pensamentos já cessaram
Mas ainda fica uma estranha impressão de estar sendo seguido.
Fiquei imaginando aqueles homens encapuzados fugindo abismados pra debaixo da minha cama
O que seria o mais óbvio, visto que foi lá que procurei abrigar-me.

Nós nunca pensamos que outras pessoas podem pensar a mesma coisa que nós.
Ficou um tanto redundante esta última frase, mas era isso mesmo o que eu pretendia dizer.

Se soubéssemos que mais pessoas pensam como nós, seria tão mais simples conviver em harmonia.
Veja, todos sentimos medo, todos sentimos fome, todos precisamos de emprego, de família, de amigos...
Todos sentimos de alguma maneira, todos nos comunicamos de alguma maneira.
Além de termos praticamente as mesmas ânsias e desejos mais profundos.
Estamos sempre buscando algo que nem mesmo sabemos se realmente existe,
E é esta incerteza que nos traz um maior desejo ainda por aquilo que achamos que precisamos.

Todos caminhamos em um mesmo solo e temos por teto um mesmo céu.
Não seria mais fácil viver sem pessoas querendo invadir nossas casas e abrigar-se embaixo de nossas camas
Simplesmente por medo de serem punidas por não terem as mesmas opotunidades que temos?

Acredito na pureza do ser humano e na bondade em cada ser
O que nos difere é a situação, o meio, e essa tal reciprocidade...
Capaz de salvar ou de destruir.


Adni... millez.
10 de novembro de 2009
11:26

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Círculos

E eu vejo as pessoas andando em círculos sem nunca cruzarem seus caminhos
A maudade está no mundo? Ou nas faces familliares?

Através dos dias eu não encontro nada...
E sem explicação,
E sem amanhã,
Eu continuo sem encontrar nenhum tipo de resposta.

Vendo todos os sonhos morrerem aos poucos
Enquanto as pessoas continuam andando em círculos.

Eu juro que irá se sentir feliz
E terá um feliz aniversário
Sente-se a meu lado e tente me ouvir
Mesmo assim tão nervosa...

Ninguém nunca me conheceu
E quando alguém lhe perguntar sobre mim
Diga que nunca aprendi a aprender coisíssima alguma.

Estive procurando por aquele tipo de pessoa que ainda anda em círculos...
As pessoas que estão buscando algo, tantas vezes, sem pista alguma.

Como procurar algo que não se sabe o que é?
Como procurar por algo que não sabemos se realmente existe?
Por onde começar?

De onde surgem as suas ideias? E de onde surgem as minhas?
É tudo tão nebuloso sem você ao meu lado...
Que eu fico aqui tentando encontrar uma razão pra tudo isso
E me vejo mais uma vez andando em círculos...
Sem encontrar absolutamente nada.


Millez, 17.9.9

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Da idade da alma

Há quanto vivo?
Desde sempre, suponho.
Sempre pra mim começa quando me lembro.
Nunca me esquecendo que quando eu me esquecer
Começará então, em nova data.

Nova data é cada dia.
Tenho os compromissos que cumpro
E outros mais.

Tenho todo o tempo
Mas não o possuo, de fato.
De que me servem os anos antes do meu sempre?
Para fazer a história!
Digamos que sim,
Acreditando de todo o meu ser
Que todo passado influi diretamente em qualquer coisa hoje,
Sarcástica e banalmente falando.

Seríamos hoje quem somos não fosse a opressão do tempo dos nossos pais?
Seríamos hoje essas criaturas sem eira nem beira?
Sem moral verdadeira, sem medo, sem sonho?

Subjulgamos a todo tempo o que nos é estranho.
Palavra que pessoalmente adoro, pois exprime o tudo como um todo
Excluindo-se totalmente, como numa nova hierarquia de inversos valores.

O que vale mais é o normal.
O simples.
O já muito utilizado
Estilizado
E estragado, muitas vezes.

O pensamento, a marca, o lugar.

Nunca mais serei a mesma depois de ontem
Procuro agora essa tal Felicidade
E ignoro totalmente os bramidos de Platão.
Vou viver e ser e talvez entender
Que a vida é apenas isso
Mas pode um dia tornar-se muito mais.


Adni... after 99,9

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gosto

Eu gosto de manhã de sol e tarde chuvosa.
Gosto de ver o cinza contaminando o mundo.
Gosto de ver o chão azulejando.
Eu gosto do gosto de dias assim.

Eu gosto quando surgem arco-íris em torneiras pingando
Gosto de aprender palavras novas
Mesmo que não as vá usar no cotidiano...

Gosto de filmes de guerra
Eles me fazem adorar o meu país.

Gosto da grama crescendo a rodo
E mostrando quanta vida possui.

Gosto do som das coisas se contraindo durante o frio da madrugada.
Gosto das luzes amarelas no alto dos postes...
Gosto dos vagalumes e de toda analogia que encontro neles.

Gosto de óculos coloridos e cabelos também.
Gosto de saber que as crianças acreditam e temem a tudo
Pelo menos por enquanto.

Gosto de ver o amanhecer, o entardecer e gosto da noite.
De saber que estou na primeira fila da minha vida
Assistindo de camarote toda mágica presente em nossos dias.

Gosto das janelas embaçadas no ônibus
De casais de velhinhos caminhando de mãos dadas
De lagos com patos, de lagos sem patos.

Gosto de descobrir as coisas por mim mesma.
Gosto de inventar nomes pra todas as coisas.
Gosto de detestar as formas ridículas de declarar amor a tudo
A todos
E a todo tempo.

Gosto do cheiro de sopa de escola
De estampas inusitadas
De espuma do mar
De bolo de festa
De bebês enquanto dormem.

Gosto do gosto de ter o gostar do que eu mesma gosto
Sem ter que me importar.

Millez-09

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pense em algo interessante...

O que poderia prender-te a atenção hoje?
Algo que o domine completamente...
Que o transporte a uma nova dimensão.

O que há de novo nesse mundo?
Uma música? Um poema?
Talvez a globalização esteja se perdendo.

O que é que existe para ser criado?
Se já existe... já é criado...
Mudo, absurdo e imutável.

O que existe de mais estranho no mundo estável?
Se é que existe. Já é provável.
Mas o que há de diferente...

Diferente quanto?
Inerte estamos...
Esperando.

Trágico demais?
Se está aqui, apenas o suficiente.
Humano tolo, descrente.

Qualquer coisa te inebria
És tão manipulável...
Tão estranho quanto sente.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Cinza

E foi quando o silêncio contaminou o ambiente em que estava.

Ontem eu pude ver todas as coisas queimando...
Lentamente tudo virava cinzas...
As árvores, as flores, os animais, as pessoas, o céu. Tudo.

Tudo virava cinzas...

E mesmo presenciando tudo se consumir ao meu redor,
Eu me senti feliz.
Era tão bom saber que eu não estava no meio daquele inferno
Eu estava simplesmente, assistindo.

É desta maneira que reconheço-me, constantemente: assistindo.
Assisto as coisas desmoronarem todo o tempo...
E sou capaz de sentir a satisfação de ter meus olhos ainda nas órbitas.

Existem coisas que fogem ao nosso controle
Porque o desespero vem...

E tudo continua como se nada de diferente houvesse...


m1ll3z.14.8.9

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Se imagina, são.

O que eu mais queria era que os homens parassem de brincar de Deus.
Mas talvez, eles estejam somente abusando desse seu maldito livre arbítrio
Ou talvez, seja só a minha imaginação.

Talvez eu esteja sendo induzida por alguém tão grande quanto eu
A fazer algo que não faria por mim mesma.
Talvez eu seja manipulada por uma força ainda menor que a minha
E talvez, eu queira mesmo destruir todas aquelas pessoas.

E, sincera-mente, mutilar seus sonhos tem sido bastante divertido pra mim.

Sincera-mente? Talvez eu minta um pouco mais,
Ou um ano a mais.
Pois o erro é humano.

Humano, sem mais.

Talvez eu seja real-mente, este chacal que aparento.
E talvez eu seja apenas aquilo escondido, perdido, excluído...

Enquanto conversamos eu arquiteto o funeral.
... está anotando tudo direitinho?

Nunca vi um nó de forca tão bem dado.
Nem tão bem utilizado.

Você deveria sair mais!
Se divertir, ou pensar que se diverte
Coisa que não entendo...

Você fica fazendo aquele seu social infernal todo o tempo...
Medo de ficar sozinho?
Nem é capaz de conviver consigo ainda...

Nem auto-piedoso, nem auto-suficiente.

E mesmo sabendo do lamentável fato de que eu não baste pra você,
Sobrou uma alça pra mim?

Talvez você perceba o que eu tenho feito
"Antes tarde, do que mais tarde ainda..."
Eu penso em coisas tão instigantes pra te dizer enquanto dorme...
E quando acorda aterrorizado ainda acha que me comove!

Por que eu insisto em ser trans-parente?
Se tenho, como o seu, o sangue quente
Além de pulsando ainda, o tal órgão sem-noção...

A consciência eu encharco do passado que você não esqueceu
Humano imundo, amedrontado... tão tolo quanto eu.

Quer ser jovem, quer ser Deus e quer ser são
Mas fica aí boquiaberto, só vivendo o engano seu.
Quando vai entender que a vida longa é a morte lenta?
Talvez isto tudo seja apenas a sua imaginação.


millez
after father's day... 09

terça-feira, 14 de julho de 2009

Clara-mente.

Ante "eu"...
ant: eu.
antes, eu?
Anti-eu!

Claramente,



Hammer.
In your first poem...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Notável.

Estou sendo subornada.
Sendo do verbo ser.
Sendo.

Estou vendo que isso tudo pode não levar a nada.
Vendo do verbo ver.
Vendo.

Estou vivendo um tempo de alegria e descontração
Vivendo do verbo viver.
E do verbo viver, vivendo.

Estou crescendo ao relento
Crescendo...
Tão bom crescer.

E ver,
E viver do verbo viver só pra poder dizer
Que um dia eu vi...

E cresci
E vivi,
E estou vivendo.


Adni, millez... 1.7.9

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O fim!

Não foi como eu planejei.
Sim, é meio estranho dizer que planejei isso...
Mas era a coisa certa a se fazer!
Não que por muitas vezes seja a coisa certa a escolhida às minhas pretensões.

Enfim, seguirei contente e contente e congelada em minha trajetória.
... mas sozinha?
Sim, sozinha.

Ah, como seria bom ter o meu anjo protetor aqui pra me consolar agora...
Fazem duas semanas que ela partiu...
E com certeza esse foi um fim muitíssimas vezes mais doloroso do que este que agora presencio.

Preciso voltar a escrever.
Preciso voltar a estudar.
Preciso voltar a ser quem eu era antes de perder-me.

Sim, estou ligeiramente perdida.
Mas agora as coisas estão clareando-se gradativamente...
Como se estivesse saindo de dentro de um intenso nevoeiro de perdas e ilusões.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

... não está mais sozinha.

Ela então adoeceu sozinha.
Muitos vermes alimentaram-se de sua carne enquanto sadia...
Mas quando suas pernas já não suportavam o peso dos ossos
Ela adoeceu sozinha.

Ela chorou suas perdas
Ela chorou suas crias
Ela chorou todos os dias
Ela viveu a servir e então viu-se sozinha.

Ela amanhece em seu leito
A cada dia implorando pelo último.

Não se alimenta
Não anda
Nem mesmo respira.

Não existe mais dor.
Não está mais sozinha.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Engano seu.

Então tudo o que eu quero dizer já foi dito?
Ah, vc está muito enganado.

Nada do que eu veja se compara...
Ao que os outros já podem ter olhado.


E quanto mais eu tento me igualar
Mais eu me diferencio...
E quanto mais eu penso em desistir
Mais eu me vicio.

Então me deixe ser tal como os astros
Que já estão mortos a brilhar...
Eu ainda não cheguei nem mesmo a metade
Do que você já não é capaz de censurar.

E quanto mais eu tento me igualar
Mais eu me diferencio
E quanto mais eu penso em desistir
Mais eu me vicio.

Quando acordo eu abro os olhos pro mesmo mundo
Aquele com prédios distribuídos em turbilhão
Com suas ruas e pessoas tortas
Tudo ainda em processo de má-formação.

E quanto mais eu tento me igualar
Mais eu me diferencio
E quanto mais eu penso em desistir
Mais eu me vicio.

E quanto mais eu tento me igualar
Mais eu me diferencio
E quanto mais eu penso em desistir...
Mais eu me vicio.
Mais eu me vicio.
Mais eu me vicio.


(... my new song. Adni Millez / maio-09)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Os conselhos do Alien...

O Alien me disse que as coisas são simples
Que somos nós quem as dificultam
O Alien me disse pra cortar o mal pela raiz.

O Alien me disse que o tempo é algo engraçado
Disse que ele sempre volta ao começo
Que mesmo seguindo adiante
Ele sempre volta ao começo...
Ao começo...

Posso ouvi-lo ao menos uma vez
Ou posso seguir em meu rumo incerto
Nada será mais certo por ouvir alguém...

O amanhã existirá
Mas não será nem mesmo parecido...
Eu não me lembro do que fiz ontem.
Eu não sei nem mesmo se eu existi ontem.

O Alien me disse que matar as pessoas é algo interessante.
O Alien me disse pra cortar o mal pela raiz.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Um antigo soneto escrito por mim...


Carry On


Atendo por este torpe ser pensante
De outras tantas teorias tomadas em vão
Sou o ser insano, fosco e são
Na dimensão presente, descrente e distante

Vejo-me portanto preso a tal contradição
No ventre do planeta zumbi, intrigado
Onde não há de ferir nenhum pobre coitado
Que não sofra das letras, a inanição

Alojado estou (no ar), extraditado, extraviado...
Extraterrestre consumado ou inconstante
Errante eu vou (estar), como se nunca houvesse estado

Suponho que eu seja apenas mais uma contradição
Que tanto insiste em desdizer-se a cada instante
E ser são numa loucura tão notável... tão errante.


Adni Millez
19.08.08
23:40

quinta-feira, 23 de abril de 2009

20 anos

Já faz algum tempo...

O que você é capaz de concretizar em 20 anos?
O que EU fui capaz de concretizar em 20 anos?

Questionamentos.

Vou adotar hoje uma nova filosofia...
Mais uma dentre as minhas tantas infundáveis.

... que tal algo novo baseado em coisas velhas?

Ver,
Sentir,
Aprender,
Lembrar, lembrar, lembrar.

Coisas demais pra uma alma inquieta como a minha.

Devo então compenetrar-me numa única função:
- Ser!

O que quer que eu queira ser
Na hora exata, em que quiser.

Mas, e as férias à "metamorfose"?
Quem sabe em fevereiro!

Eu hoje desejo à mim mesma... um destino estarrecedor!
Que a minha arte choque às pessoas
E que eu tenha estômago o bastante...
Para a luta contra os meus monstros familiares.

Desejo-me maturidade e atenção
Mas nada em demasia
Excessos são pecados capitais...

Capital também seria bom!

Ao meu coração desejo harmonia.
Nada além de harmonia.

Já tenho muito do que preciso...
Mas nem parte considerável do que desejo.

"Mais do que palavras,
Mais do que promessas,
Mais do que o mundo possa me dar."

terça-feira, 14 de abril de 2009

Massa cósmica acomodada...

Eu tenho alguns conceitos deturpados...
Dentre eles cultivo a estranha mania de aceitar as pessoas.

Sabe? Como entender que tal e qual existem por alguma razão?
É exatamente assim que encontro a maioria das respostas cotidianas...
Acreditar em destino não ajuda em nada
Só faz a gente ficar empacado num canto úmido do cosmos...

Massa cósmica acomodada...

Imagine o mundo sem pessoas que façam o que ninguém quer fazer?
O mundo constituído por médicos-cirurgiões e advogados bem sucedidos?
Tá, esquece a parte dos advogados...
Enfim, cada qual exerce uma função vital em nossa sociedade e...

Por que eu estava discorrendo sobre isso?

Ah sim, é claro.
Estou tentando demonstrar que não existe falta de capacidade e sim de oportunidade.
Berços de ouro não são distribuídos às terças e quintas...
Muito menos determinação.
E um não vale nada sem o outro.

Uma boa parte das coisas que conheço perde o sentido sem o seu imediato oposto.
Eu mesma sou uma porcaria de exemplo disso.
Mas tenho me cansado de ser...
Sim... tenho estado muito cansada.

Para andar,
E trabalhar,
E estudar,

E ouvir aos gritos o que um murmúrio diria...

E reclamar ao mundo de todas os seus aspectos mesquinhos.
Concordo com a inclusão digital,
Com o ensino a distância,
Com a arte disponibilizada a todos sem distinção...
Mas discordo do fato de... Não, não discordo de nada!

Toda iniciativa é válida.
Toda função exercida honestamente é fundamental.
E todo ser humano é digno de respeito.

Deixo aqui sub-subentendido meu único conceito anárquico de diplomacia:
- Não, eu não costumo escrever coisas úteis.

"Guarde os pulsos pro final"

As pessoas estão se esquivando ultimamente...

Do sol, do calor e das outras pessoas.

Terça-feira típica,


Frio, chuva e aquele cheiro estranho de manhã mal-acordada.


Cinza aqui e aí

Cinza em todo canto.


E as pessoas? Idem.


Estive pensando em parar de pensar em coisas cinzas...

Mas pra onde quer que se olhe, lá está o tom atenuante desbrilhoso...


E por falar em desbrilhoso, o que há de mais descontente em manhãs cinzentas?

Mortes repentinas, é claro!

Contorno-as com meu café descafeinado

E no fim tudo acaba bem.


Faltará um abraço de boa noite

E um conselho amigo nas horas difíceis...


Bom, pior seria jamais ter vivido.


Pelo menos pode sentir aquela saudade intermitente...

Ah, como queria eu sentir a sua dor!

Ter pelo menos naquele vão a lembrança

De que algo naquele imenso espaço vão existiu.


Andei refletindo...

Quando eu (por mim mesma)

Puder encontrar o meu espaço vão

Sentirei falta do quê?

Das tardes vazias e dos livros de colorir?


Por isso não devo refletir...

Porque refletir não basta...

E se de nada me vale refletir...


Que tal quebrar os espelhos?

Um-a-um quebrá-los!

E as janelas!

E as portas!

E todas as casas.

E famílias inteiras.


Devemos ser muito mais...

Querer muito mais,

Ouvir muito mais,

Agradecer muito mais...

Sentir muito mais...

Perdoar muito mais...


Devemos viver muito, mas muito mais.


Mil anos não me seriam o suficiente pra viver tudo o que preciso.

Mil estrofes não seriam o suficiente pra dizer tudo o que preciso.


Eu ainda prefiro ser a tal metamorfose e bla bla bla...

Mas, infelizmente, acho que já estou velha pra isso.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Importante? Tanto quanto.

Decidi hoje falar de coisas importantes

Mudanças no cotidiano

Climáticas


Econômicas


... tectônicas.


Não quero pois ser surpreendida por uma crise na bolsa

Ou por qualquer catástrofe natural.



O que eu entendo por natural?

Naturalmente, tudo o que ocorre sem que eu possa impedir.




No mais, posso interferir em qualquer acontecimento pagão de minha época.



"Vou hoje conversar com quem quer que esteja ao meu alcance

E então saciar à minha sede por conhecimento."




... hahahahaha.



Detesto pensadores incansáveis!

Vermes medíocres,


Parasitas de tudo o que existe...


Esnobes e desprezíveis no pior sentido da palavra.




Acredito que está a um par de palmos do nariz de quem procura

Absolutamente, todas as respostas de que necessita.




Eu prefiro é enxer o mundo com as minhas lorotas!

Meus versos simplórios demais.


Do que filosofar... psicografar dos vivos o que eles não sabem


Ou pior, o que não têm certeza.




Pondo a limpo o que disse...

Aliás... O que disse? Que disse mesmo?


Quem disse?


Eu? Eu não disse nada.




Calada estou.

Perplexa eu diria, isso se deveras quisesse algo dizer


Que antes já não disse.


Se é que não disse... o que mais eu diria?




Esqueça.



Esquecer é o melhor exercício

Ofício


Ócio


Sacrifício


... do ser humano preguiçoso.




O que é que dizíamos mesmo?



Amanhã ninguém mais se lembrará.

Então cortemos pela raiz nossas ânsias


E quem sabe uma árvore a mais!




Sombra é para os fracos...

Sombras de dúvidas hein...


Entendeu?


Claro que não.




Pensadores ocos.

Mata-los-ei a socos ao entardecer


Agora preciso dormir um pouco


E esquecer de esquecer


Do mundo insano


Pensador abrupto, mundano.


Esquecido de crescer...




Do quiosque ouço os bramidos de Platão.

Pobre alma... Pobre alma.